Bondage 101: 2. Cordas

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Esta é uma série de posts com o intuito de ensinar bondage na prática.

No post anterior, introduzimos o bondage e pontuamos fortemente suas regras e riscos.

Neste post, falaremos sobre diferentes tipos de cordas e suas particularidades.

Conforme dito no post anterior, você não precisa obrigatoriamente de cordas para praticar o bondage.

Qualquer coisa que te permita restringir o movimento, como gravatas, cintos, lenços, zip-ties ou fitas podem servir para o bondage.

Entretanto, é inegável que as cordas são o melhor material para isso, tanto pela sua estética quando se trata do Shibari, quanto pelas sensações que sua textura e composição causam na bottom.

Caso tenha dúvida sobre algum termo, consulte nosso Glossário

Material

Existem diversos materiais utilizados na confecção de cordas para bondage. Alguns dos mais comuns são:

  • Cânhamo: é uma das cordas mais tradicionais no Shibari, por ser resistente e com boa aderência à pele. É um material natural e tem uma textura áspera. Requer cuidados na lavagem e manutenção.

  • Juta: material semelhante ao cânhamo, porém mais suave e com menor aderência à pele. Também é uma corda natural e requer cuidados na manutenção.

  • Algodão: corda macia, leve e com textura suave. É fácil de lavar e pode ser uma boa opção para iniciantes.

  • Seda: corda lisa e escorregadia, não é recomendada para uso em suspensões. É uma opção mais sensual e estética.

  • Polipropileno/nylon: cordas sintéticas que não provocam alergias e são fáceis de limpar. Possuem uma ampla variedade de cores e não requerem cuidados especiais. São recomendadas para iniciantes.

A escolha da corda depende do objetivo e preferências individuais, e é importante lembrar-se sempre de realizar uma boa higienização e manutenção para garantir uma prática segura.

Iniciante: Recomendo que utilize uma corta de algodão ou sintética

Comprimento

O comprimento da corda vai variar de acordo com o tipo de amarração que você pretende realizar. Em geral, recomenda-se que as cordas tenham entre 5 e 8 metros de comprimento, pois esse tamanho é versátil o suficiente para permitir diversas amarrações tanto em corpo pequenos quanto em corpos maiores. Se você estiver iniciando, pode começar com uma corda de cerca de 5 metros de comprimento, que é um tamanho padrão e permitirá que você experimente diversas técnicas de amarração.

Além da corda de tamanho padrão de 5 metros, é recomendado que você tenha cordas de diferentes comprimentos à mão. Ter uma corda mais curta, com cerca de 2.5 metros, pode ser útil para amarrar partes específicas do corpo, como pulsos ou tornozelos. Já uma corda mais longa, com cerca de 10 metros, pode ser útil para amarrações mais complexas ou suspensões. É importante ter em mente que os comprimentos de cordas podem variar de acordo com suas necessidades e preferências pessoais. Experimente diferentes comprimentos e descubra o que funciona melhor para você e para seu/sua parceiro(a).

Iniciante: tenha as seguintes cordas:

  • 4x 2.5 metros
  • 2x 5 metros
  • 2x 8 metros

Diâmetro

O diâmetro da corda também é uma consideração importante na escolha do material. Ele impacta em como a corda se sente na pele, sua capacidade de suportar peso e sua facilidade de manuseio. Recomenda-se que iniciantes comecem com cordas de diâmetro entre 6mm e 8mm, que são mais fáceis de manusear e menos propensas a cortar ou machucar a pele. À medida que você se sentir mais confortável com o manuseio da corda, pode experimentar diâmetros maiores ou menores para alcançar efeitos diferentes. Lembre-se sempre de testar a corda em si mesmo antes de utilizá-la em outra pessoa, para verificar se ela é confortável e segura. Para corpos maiores, pode ser necessário utilizar cordas com diâmetro entre 8mm e 10mm.

Iniciante: Compre cordas de 6mm e 8mm

Cordas Torcidas vs Cordas Trançadas

Existem dois tipos principais de construção de corda para bondage: torcida e trançada.

Cordas Trançadas x Cordas Torcidas

Cordas torcidas são as mais tradicionais, feitas a partir de três grupos de fios torcidos em um sentido e unidos torcendo-os em outro. Elas apresentam uma sensação mais rústica e as marcas deixadas na pele podem ser mais proeminentes e desenhadas.

Cordas trançadas são mais lisas ao toque e costumam ter uma alma, que pode ser do mesmo material ou de outro mais resistente. Elas são mais comuns em cordas sintéticas e proporcionam maior uniformidade na torção e no diâmetro, o que pode ser ideal para certas amarrações.

Cordas Trançadas

Ambos os tipos de construção podem ser utilizados para prática de bondage, e a escolha entre eles é uma questão de preferência pessoal e do efeito visual desejado.

Terminologia

Ao lidar com cordas, é importante entender sua anatomia. Existem três termos que você precisa conhecer: ends, bight e loop.

  • Ends se referem às pontas da corda. Existe o standing end e o working end. O standing end é a parte fixa da corda, enquanto o working end é a parte que está sendo usada ativamente.

  • Bight se refere a uma curva ou dobra na corda, geralmente formando um arco ou uma alça. É também muito utilizado para se referir ao meio da corda.

  • Loop é simplesmente um bight entrelaçado que forma uma alça ou anel na corda

Terminologia

Onde comprar

Existem dois sites que eu costumo utilizar para comprar minhas cordas:

  • Ginger Toys: fundada em 2017, vende cordas artesanais de juta e de algodão, além de alguns acessórios
  • Shibari Brasil: loja bastante completa e reconhecida, vende cordas de juta, kits completos, acessórios para flogging, sensation play, mordaças e até acessórios de suspensão

Conclusão

Chega de falar de cordas. No post seguinte, abordaremos os nós.

Com carinho,

Sumak.

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