No Banho

  • Sumak
  • |
  • 28 January 2016
Post image

Frio.

O piano faz o anúncio. O doce lamento do jazz invade o ambiente.

Ela está no banho. Nua, com sua tez brilhando pelo cair suave da água morna.

Nada além de seu vulto curvilíneo é visível através do box, que nada mostra e nada esconde.

Aproximo-me cautelosamente, já despido. Quero surpreendê-la.

“H?”

Falhei. Fui pego. Será possível que ouve tão bem quanto é bela?

Afasta-se da queda d’água e olha pela fresta da porta de correr, cobrindo seus seios nus. Minha imaginação a despe novamente. Trocamos olhares por alguns instantes, ela dá uma olhadela para baixo e morde os lábios. Entendeu a mensagem. Apenas sorri um sorriso dissimulado e some novamente atrás do véu semi-transparente onde se encontrava.

Essa mulher ainda vai me matar.

Entro. Sou recebido por uma parede de ar quente, contrastando com a temperatura fria de fora, fazendo um calafrio me percorrer a espinha.

Pisco. Lá está ela, do outro lado. Pisco novamente, como que para garantir que não estou sonhando. Ela continua lá. Não me interesso mais em diferenciar realidade de sonho. Apenas permaneço, sem palavras, diante daquele corpo escultural de mulher.

Volto a mim. Ela está me chamando para mais perto. Obedeço, sabendo que não tenho chances de me livrar daquele encanto.

Ela vira de costas e olha por cima do ombro, lábios entreabertos.

Essa mulher vai realmente me matar.

Vou de uma vez ao seu encontro, meus braços ao redor de seu corpo úmido. Seguro firme, aquelas curvas são perigosas.

Ela me mostra o pescoço, desprotegido. Devagar, mordisco perto de sua nuca, e depois a orelha. Ela estremece, abrindo ainda mais os lábios e respirando profundamente.

Minhas mãos ganham vida, deslizando suavemente pelo seu corpo perfeito, apertando, deslizando, beliscando e acariciando, ao passo que meus lábios dizem palavras que só podem ser ditas entre dois amantes. Novamente ela estremece. Por vontade própria, se vira e me beija com vontade, apertando seu corpo no meu.

Empurro-a na parede, firme mas delicadamente. Ela não oferece resistência, seu corpo está pedindo, gritando, implorando por aquilo. É inútil resistir.

Inclino minha cabeça para beijá-la, enquanto minha mão, por si só, procura suas coxas para puxá-las para mim, apenas uma.

Devagar, penetro-a. Ela geme, mil vezes mais delicioso que meu melhor jazz.

Repito o movimento, e repito, e repito, e acelero, a música nos acompanhando em ritmo e alma, enquanto traduzimos seus tempos em amor verdadeiro. O piano assume, trocamos de posição. O ritmo é o mesmo, é o acorde que se altera, cada vez mais vibrante e profundo. Seus gemidos ainda superam qualquer melodia. O saxofone retorna. Quanto tempo se passou? Estamos vivendo a eternidade mais gostosa de todas. Ao som do sax, alcançamos o ápice, juntos. Ela geme e grita com o instrumento, acompanhando suas notas com o som do prazer. Por alguns segundos, somos um com a música. A melodia se acalma, como se consciente de nossos corpos. Estamos juntos.

O último beijo é dado com a última nota do piano.

You May Also Like

Bondage 101: 2. Cordas

Bondage 101: 2. Cordas

Esta é uma série de posts com o intuito de ensinar bondage na prática. 1. Conhecimento e Preparação 2. Cordas 3. Nós [em breve] 4. Amarrações Básicas …